terça-feira, 27 de agosto de 2019

A resposta de jesus a herodes

Mensagens de Jesus diante da ameaça de herodes

Na mesma hora, aproximaram-se alguns fariseus que lhe disseram: “Retira-te e vai-te daqui, porque Herodes quer te matar”.

Disse-lhes Jesus:

“Ide dizer a essa raposa: Eis que eu expulso os demônios e realizo curas hoje e amanhã e no terceiro dia terei tudo consumado. No entanto, devo prosseguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém”. (Evangelho de Lucas, cap. 13, vv. 31 a 33).

Ainda na região da Pereia, Jesus recebe um aviso dos fariseus da localidade que o informaram que Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande, queria matá-lo. Jesus responde prontamente, testemunhando que não se deve temer os que matam o corpo.

Herodes temia a Jesus; chegava a pensar que ele era a encarnação de João Batista, a quem ele ordenou a decapitação. Também esse aviso dos fariseus era uma medida para evitar que o Messias permanecesse naquela região e isso viesse a causar desgastes com Herodes.

Ao receber a advertência dos fariseus, Jesus envia uma mensagem a Herodes, a qual também serviria para todos aqueles que o ameaçassem de morte.

O Mestre chamou Herodes de raposa, ou seja, alguém sagaz, mas insignificante diante dos desígnios de Deus; porquanto a raposa é considerada por muitas culturas como sendo símbolo de esperteza e de falsidade. Isso, porque esse mamífero usa da enganação e do oportunismo para caçar suas presas.

A raposa é citada diversas vezes nas Escrituras: Em Juízes (15:4-5) e em Neemias (4:3) as raposas são citadas devido as suas características físicas; em Cantares de Salomão (2:15) elas são mencionadas por causarem prejuízo às vinhas; em Lamentações (5:18) são citadas por serem as únicas a caminharem no devastado monte de Sião. Todavia, é em Ezequiel (13:3-4) que se verifica o sentido pelo qual Jesus se dirigiu a Herodes, como sendo alguém pérfido e embusteiro:

“Assim diz o Senhor Deus: ‘Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e que nada viram! Os teus profetas, ó Israel, são como raposas no deserto’”.

Jesus ainda menciona as raposas em Mateus (8:20) quando revela:

“As raposas têm covis e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”.

Ao chamar Herodes de raposa, Jesus passava a mensagem de que Herodes era um homem astuto e falso, porém, medroso, covarde e materialista.

O Mestre demonstrou que jamais se intimidaria diante de qualquer ameaça, mas sabia que deveria agir com prudência para que pudesse completar a sua missão. Inúmeras vezes o divino Amigo nos ensinou que o destemor não deve ser confundido com temeridade e imprudência.

Jesus nunca confiou em Herodes. Em seu interrogatório, o Mestre não diria uma só palavra a Herodes enquanto que responderia algumas indagações de Pilatos. Jesus viu alguma sinceridade em Pilatos e acentuada dissimulação em Herodes.

Ainda assim, o Messias prossegue a sua mensagem, solicitando que informassem a Herodes a respeito de suas obras: tinha autoridade sobre os espíritos impuros, realizava curas aos incontáveis enfermos que o buscavam e prenunciou que depois do terceiro dia de sua crucificação concluiria a sua missão no plano corpóreo.

Para concluir a sua missiva verbal, Jesus demonstrou o seu poder de perseverar concentradamente até o fim e revelou que morreria em Jerusalém: “Devo prosseguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém”.

A cidade de Jerusalém era a capital sagrada de Israel. A cidade que representava a fé num único Deus. A terra onde Melquisedeque exerceu o sacerdócio divino e preparou Abraão para o grandioso patriarcado. Jerusalém que recepcionou Jesus desde a infância e soube respeitá-lo em sua entrada triunfal, causando alvoroço em toda a cidade e multidões diziam: “Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia” (Mateus, 21:8-11). Jerusalém onde o Mestre foi sorrateiramente condenado à morte por um grupo de perseguidores, longe das multidões que o amavam.

Todos nós temos um Herodes, ameaçando-nos, e uma Jerusalém a nos esperar com o seu gólgota redentor. Aprendamos com Jesus a não temer os inimigos das trevas; até esses um dia acordarão para luz. No entanto, a pior das ameaças é o medo e a Jerusalém que nos espera é onde temos de cumprir os nossos deveres, iniciando em nossos lares, nos ambientes de trabalho e nos lugares onde vivemos.

Não tenhamos medo porquanto até mesmo as raposas são criaturas de Deus que nos ensinam os valores da prudência, da paciência, da disciplina e da perseverança. As raposas da ambição, que buscam freneticamente a fama, o poder e as riquezas, vivenciam as inverdades dos que pensam que os fins justificam os meios. Depois que caem em si têm o mesmo fim de Herodes Antipas que morreu como viveu, cercando de medos atrozes no exílio imposto por Calígula. O que se verifica que para cada Herodes haverá sempre um Calígula e para cada raposa haverá sempre um coiote.

Não temamos nem raposas e nem coiotes humanos e também não façamos pactos com eles devido ao imediatismo do medo ou ao materialismo da incredulidade. Nunca nos faltará o apoio do Pai, até mesmo nos momentos de maior aflição. Em Jerusalém, do alto da cruz, o divino Messias encontrou uma palavra defensora antagonizando as injustiças e as injúrias do mundo, conforme o relato de Lucas (23:39-43):

“Um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava contra ele, dizendo: Não é tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Mas o outro, repreendendo-o, disse: Nem ao menos temes a Deus, estando debaixo da mesma condenação? Nós certamente com justiça, porque recebemos o castigo que merecem os nossos atos; mas este nenhum mal fez. E disse: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino. Ele lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.

 

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