Embora Paulo às vezes use "carne"em referência ao corpo físico (Romanos 2:28) ou ao aspecto humano (Romanos 3:20), a palavra significa muito mais do que isso em Gálatas 5:16-24. O corpo pode tornar-se um instrumento da glória de Deus (Romanos 12:1; 1 Coríntios 6:20), mas a "carne" não (Romanos 8:5-8). O corpo pode ser redimido e transformado (Romaos 8:23; Filipenses 3:21), mas a "carne" deve morrer (Gálatas 5:24).
A "carne" que milita contra o Espírito não é a mente ou o intelecto, pois a mente, como o corpo, pode ser transformada e renovada, treinada para servir aos propósitos divinos (Romanos 12:2).
Essa "carne" não é nem a mente nem o corpo em si mesmos, mas uma atitude pela qual o homem opta e que o põe contra Deus. Na "mente carnal", a vontade do homem torna-se suprema. Seus desejos têm que ser atendidos acima de todas as coisas. Estes podem ser as concupiscências da carne ou os desejos da mente (Efésios 2:3), mas serão satisfeitos a qualquer custo. É por isso que "as obras da carne", contra as quais Paulo adverte, abrangem mais que os apetites do corpo. Na realidade, se possível, estes são as menores das enfermidades espirituais. É na mente que escolhemos servir a nós mesmos. É na mente que nos tornamos arrogantes e egoístas e tomamos decisões que desonram o corpo (Romanos 1:24) e escurecem o raciocínio (1:21). Viver em toda obra da carne significa fazer o que eu quero não simplesmente satisfazer os meus desejos carnais mais baixos, mas atender os desejos do meu ego. O orgulho e a paixão vivem na "carne" em perfeita harmonia.
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