o que é biblia?
Reflexão Bíblica: II Timóteo 3:16 – 17 e I Pedro 3:15
A Bíblia refere-se ao conjunto de 66 livros escrito por 40 autores que nunca estiveram juntos para planearem a escrita. Foi escrita em três continentes – Ásia, Europa e África num período de 1500 anos. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e o Novo Testamento em grego, a língua internacional do 1º século. Grande parte dos escritos bíblicos, especialmente o Novo Testamento, foi escrito em rolos de papiro. O papiro foi uma forma primitiva do papel que apareceu no Egipto. O papiro era, também, chamado de “biblos” na língua grega. Foi daqui que apareceu o termo “Bíblia”. O AT foi escrito em rolos de couro/pele, Lucas 4:17-18. Os escribas copiavam com muita dedicação. Os erros eram detectados pela contagem do nº de palavras, o nº de letras e, também, a palavra do meio e a letra do meio do texto.
A Bíblia não é um livro cronológico da história religiosa da humanidade. Ela é o registo da revelação de Deus. É a história de Deus dando-se a conhecer à humanidade.
Diz Hebreus 1:1-2, “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo”.
Diz o livro de Hebreus:
- 1. Deus falou à humanidade ao longo da história,
- 2. Deus usou várias maneiras para se revelar – visões, sonhos e profetas. Deus usou fenómenos sobrenaturais como a sarça ardente de Moisés, a coluna de fogo e de nuvem; profetas como Amós, Obadias e Miqueias; fala audível a Abraão, Moisés e Samuel.
- 3. A revelação completou-se com a pessoa de Cristo Jesus,
- 3. Ele é o Emanuel, Isaías 7:14 e Mateus 1:23 e a imagem do Deus invisível, Colossenses 1:15, I João 1: 1- 4.
Revelação significa “tirar o véu”. Significa algo que estava escondido, mas agora já não está. Portanto, pode agora ser conhecido. Deus deu-se a conhecer aos poucos à humanidade. A revelação foi completada em Cristo, Apocalipse 22:18-20. O agente da revelação é o Espírito Santo, II Pedro 1:21 e I João 1:1-4.
DIVISÕES DA BIBLIA
- 1. O Antigo Testamento
- Lei - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio
- História do Povo de Israel - Josué, Juízes, Rute, 1 Samue,l 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester
- Poesia Jó, Salmos, Eclesiastes, Cantares
- Sabedoria - Provérbios
- Profetas Maiores - Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel
- Profetas Menores - Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias
- 2. O Novo Testamento
- Evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas, João
- Histórico - Actos
- Cartas Paulinas - Romanos, 1ª e 2ª Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1ª e 2ª Tessalonicenses, 1ª e 2ª Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus
- Cartas Gerais - Tiago, 1ª e 2ª Pedro, 1ª 2ª e 3ª João,Judas
- Profético - Apocalipse
É A BIBLIA A PALAVRA DE DEUS ?
A Singularidade e a fiabilidade da Bíblia como Palavra de Deus
Podemos estabelecer a Singularidade da Bíblia na base da fiabilidade dos Documentos do Novo Testamento que por sua vez testemunham da divindade da pessoa de Jesus. Na análise destes documentos podemos firmemente comprovar a Singularidade da Bíblia, extraindo daí a autoridade da Bíblia em matéria de fé e prática.
Um silogismo sugerido poderia ser apresentado assim:
- Os Documentos do Novo Testamento são historicamente credíveis e os seus autores honestos.
- O Novo Testamento diz que Jesus Cristo é Deus
- Jesus Cristo, no Novo Testamento, testemunha que o Antigo Testamento e o Novo Testamento são a inspirada palavra de Deus
Então, a conclusão é que o Antigo Testamento e o Novo Testamento são a inspirada Palavra de Deus (L.T.Jeyachandran, ‘Is the Bible the Word of God?’/Rzim Society).
A FIABILIDADE DOS DOCUMENTOS DO NT
A fiabilidade dos documentos do Novo Testamento deve ser testado usando os mesmos critérios utilizados no teste dos outros documentos históricos (Jeyachandran, idem). Os critérios usados são o teste bibliográfico, o teste interno e o teste externo.
O teste bibliográfico – este teste leva em consideração não só o numero de manuscritos disponíveis como, também, o tempo de diferença entre o evento e o manuscrito mais antigo. Nesse ponto, o NT está ricamente colocado. “Quando consideramos o número de cópias, o NT possui cópias muito mais numerosas que as dos clássicos. Enquanto existem talvez, 50 de Ésquilo, 100 de Sófocles, algumas centenas de Cícero ou Ovídeo, o NT possui entre manuscritos completos e outros de partes escritas na língua original, cerca de 4500. Oferecem muitos mais elementos de comparação, como também, ensejo para faltas involuntárias e intencionais”(ver B.P.Bittencourt, O Novo Testamento Cânon, Língua, Texto, Juerp/Aste, Rio de Janeiro, 1984).
Teste de Evidência Interna – I Tessalonicenses 2:13 testemunha que a palavra de Deus, que os ouvintes ouviram, é na verdade a palavra de Deus. Grande parte do Novo Testamento foi escrito por testemunhas oculares, Lucas 1:1-3, Actos 3:15, II Pd. 1:16, I João 1:3. O testemunho deles esteve, assim, sujeito a um escrutínio rígido da parte dos seus críticos. Por outro lado, não existem contradições no texto do Novo Testamento. Muitas das alegadas contradições foram esclarecidas pela arqueologia.
Teste de evidência externa - A história e a arqueologia têm confirmado a autenticidade dos documentos do Novo Testamento. No testemunho da história, os seguintes historiadores confirmam o esboço geral do Novo Testamento (Jeyachandran, idem): Flavio Josefo(AD 37-100), Judeu Cornelio Tacitus (AD 52-54) Romano Plinio (AD 112) Romano Thállus (AD52) Samaritano Talmud Judaico (AD500) Luciano (2o. seculo) Grego Suetonio (AD120) Romano Combinando o testemunho destes historiadores, o seguinte quadro de Cristo pode ser alinhavado:
- 1. Jesus foi crucificado sob Pôncio Pilatos na Páscoa
- 2. Os seus discípulos creram que Ele ressuscitou três dias depois
- 3. Líderes judaicos acusaram Cristo de advinhação e de ter nascido ilegitimamente
- 4. A seita do cristianismo não pôde ser contida – ela espalhou-se para Roma
- 5. Nero e outros imperadores romanos perseguiram os cristãos severamente
- 6. Os cristãos negavam o politeísmo, viviam vidas dedicadas aos ensinos de Cristo e O adoravam.
A DIVINDADE DE JESUS CRISTO
Se os documentos do Novo Testamento são confiáveis e os seus autores honestos, então a conclusão é que nós temos uma registo histórico credível dos eventos e reivindicações que Jesus fez de Si mesmo e de outros factos. Os testemunhos apontam para o facto de que Jesus é Deus. Os itens para esta conclusão são quatro:
- O próprio testemunho de Jesus de que Ele era Deus, João 10:303.2.2.
- O testemunho dos discípulos de que Ele era Deus, Tito 2:133.2.3.
- O Testemunho das Sagradas Escrituras acerca da divindade de Jesus, Col.2:93.2.4.
- A comprovação da reivindicação de Cristo acerca de sua divindade pelas evidências do cumprimento das Escrituras, obras milagrosas e a ressurreição dos mortos.
Como disse Norman Geisler, “ Na base da fiabilidade histórica do NT, podemos afirmar que possuímos a essência dos ensinos de Cristo acerca de Si mesmo. No contexto de que Jesus cumpriu as profecias messiânicas, os títulos de Deus que Ele aplicou para si mesmo, a adoração que Ele aceitou, devemos então concluir que Jesus declarou que Ele mesmo era o Deus encarnado em forma humana. Um exame das crenças de seus discípulos acerca Dele revela que eles, também, pensaram que Ele era Deus igual com e idêntico a Deus”(ver o seu livro Apologética Cristã). A razão para os cristãos crerem que a Bíblia é a Palavra de Deus e se submeterem à sua autoridade, não é pelo que a Igreja ensina ou pela reivindicação dos autores, mas, pelo facto, de que Jesus Cristo disse de si mesmo e das Escrituras. Ele endossou a autoridade das Sagradas Escrituras.
A INSPIRAÇÃO DO AT e NT
Jesus confirmou e endossou a autoridade do Antigo Testamento - Jesus mencionou muitas vezes a autoridade dos escritos do Antigo Testamento como as Escrituras, João 10:35. Ele disse que a Palavra de Deus é a Verdade, submetendo a autoridade do Antigo Testamento em sua conduta pessoal, Mateus 4:4,7,10; João 17:17. Nunca se sobrepôs Sua autoridade pessoal à do Antigo Testamento. Jesus criticou o desrespeito e a ignorância dos teólogos judaicos, os Fariseus para com as Sagradas Escrituras, Marcos 7:9,13 e, também, a dos Saduceus, Mc.12:24.// Mt12:3,5; 19:4, 21:16-42. As Escrituras não podem ser anuladas, Mt.5:38. Homens podem errar mas as Escrituras não, Mt.22:29. Ele, também, disse que a Lei e os Profetas não passariam, Mt.5:17. Quando diz “está escrito” isto é decisivo e final. Ele, também, se submeteu a autoridade do AT no cumprimento de sua missão. Ele entendeu ser sua missão cumprindo o papel do Servo Sofredor, Isaías 53 e do Filho do Homem de Daniel, Mc.8:31; Lc.24:26,44. Testemunhou à congregação de Nazaré que estava cumprindo as Sagradas Escrituras, Lucas 4:18. A base de seu ministério foi as Sagradas Escrituras.
Em resumo, podemos concluir conforme as palavras de Cristo que o Antigo Testamento era a Palavra de Deus.
Inspiração do Novo Testamento
Jesus Cristo foi o cumprimento de todas as coisas. Jesus prometeu guiar os seus discípulos em toda a verdade, João14:26; 16:13. Os 27 livros do NT são o cumprimento dessa promessa. Eles foram escritos pelos apóstolos. Com a escrita dos apóstolos, o Cânon das Escrituras ficou completo
F.F.Bruce, Are The New Testament Documents Reliable?, England: Inter-Varsity Press, 1994 Edição Portuguesa: Merece Confiança o Novo Testamento? São Paulo: Edições Vida Nova, 1995 Leituras: Sproul.R.C. Reason To Believe, Grand Rapids: Zondervan, 1982 Edição portuguesa: Razão Para Crer. S.Paulo: Mundo Cristão,1982 (pp. 1-32)
Pr. Paulo Mori – Bacharel Teologia – Licenciado Pedagogia – Filosofia – Tecnico Eletronico / Profetico
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